domingo, 17 de novembro de 2024

ÁRVORE

Hoje sinto-me árvore

com sede de ventos e fome de mim,

ser árvore é e estar em movimento,

em evolução.

É aber a hora de repousar e quando florescer


Hoje sinto como árvore,

quero dançar ao som dos ventos 

que embala sobre mim

minhas folhas são movidas por este som,

eu sou a minha propria dança


eu danço com as mais belas melodias,

sou guiada pela mãe natureza

que me diz a hora de gritar

a hora de parar, mas sou eu quem

acolho l quem precisa dos meus braços.


Hoje sou árvore, sou vento, sou movimento

sou danca, sou cor, sou galho, sou dor

Hoje sou árvore para dizer que sem mim, não serei mais nada.


PRETA NEGRA


Esta pele preta, cinza ou marrom?

Näo… Nãooooooo!

E preta mesmo, não tenta mudar 

a minha pigmentação 


Eu nasci assim, vou ser sempre assim

Não tenta mascarar,  a minha cor.

Esse caminho parece não ter fim

Sou preta mesmo e não um robô


Sou preta negra porque cansei de ser

Jambo, neguinha, morena,  mulata, pretinha.


Não me venha com variedades

Sou preta, isso já basta e ponto final.


Essa pele é preta, não finja por favor, embora minha pele seja preta não esconde a minha dor.



DILEMA MARGINAL

Sai da zona de conforto

Hoje todo mundo luta solto

Solto com sua consciência

Com sua crença e atitude.

É corpo preto pra todos lado, 

sangue suado da luta do trabalhador,

Do povo que corre pra se sustentar.

Na batalha dia a dia, é só correria.

Mãe gritando nas vielas

em dia de confronto

em busca do filho perdido na favela

São cenas já vistas, tiros, 

bombas ou spray de pimenta

espalham-se pela morro e o povo nao aguenta

Num dia de domingo

Não há descanso semanal,

São 5 horas da matina, hoje não haverá, feira, 

nem culto matinal, só lágrimas e da mae

que encontra um corpo em a outros tantos.


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

DEIXA CHORAR

Não há choro que leve ao fim

Choro nem sempre é de dor

E quando for, é preferivel que 

deixem cair.

Lágrimas são rios de chuva

Que pingam necessariamente

Quando é necessário explodir

São gotas de Orvalho que pulsam no olhar 

São ventos soprando para encorajar

Lagrimas são luzes refletidas na escuridão.



sábado, 5 de outubro de 2024

Mar de banhos

O mar tem um domínio sobre mim

Sinto seu hálito soprando e trazendo boas novas

A maresia desperta um novo olhar sobre a vida

Sobre meus pés suas águas aliviam a dor da minha caminhada

e refresca a tensão da ma circulação que se abateu sobre mim.

Converto os banhos em tratamento que o sal purifica

Que a areia acolhe sugando os fluidos negativos


sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Libelula

Venha com suas asas frágeis e me faz repousar

Me conta, me lembra dos dias em que me visitava no quintal de casa.

Era frio, era tarde, era dia e você sempre vinha me ouvir, me ver ou me entender.

Porque na verdade nunca fui de me abrir aos seres, as espécies, mas você tocava no meu íntimo, no meu destino frágil de viver.

Então eu te acolhia em meus ombros. Em meus dedos buscando proteger-te, fazia pousar-te em mim.

Por vezes te libertei de mim, te deixei depois de dias pousada em meu quarto.

Sim, eu sofria com sua partida e sabia que outra de ti revistaria meu passado, meu presente, meu eu, só para dizer que mesmo com asas fáceis é possível voar para os mãos dos mais altos céus.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Ideias de Lab

Minha mente perturbada segue numa inconstância de sentimentos como se o meu conhecimento se reduzisse ao pó. 

São  conflitos impróprios que segue uma identidade de quem está perdido no desespero de se encontrar. 

É  o inicio de uma revolução da mente com sede de enquadramento de uma sociedade altamente mercenária, onde o capitalismo nos põe a prova a todo instante. 

É como estar nesse sistema onde o individualismo corrompe minhas ideias 

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O vento que me venta

Eu tenho vento nas ventras, com ele me fio, me guio, arrepio, fortaleco, floresco e me preparo para o combate.

O vento que me toma, é o vento da superação que vem acalentar, renovar e persistir nas escolhas da vida.

Vento, vem ventar sobre os meus pés, vem sooar o canto da liberdade, vem ventar meu íntimo, me levar aonde tú queres e me fazer suspirar.

Sou tua, vento, que faz revoar meu ventre,  provoca redemoinho em mim, trazendo as recordações da amarga, doída trajetória, eleva-me ao topo só para dizer quem sou.

Vento sou tua, é necessário ventar sobre mim e fazer revolução  na ventania que abriga no meu ser e que por ora ainda dorme.

domingo, 7 de julho de 2024

O que ela queria comigo?

Era de manhã quando ao entrar na rua 7, ouvi falar de uma senhora que morava no final dela. Ela tinha cabelos vermelhos bem cuidados, pele macia, e dentes branquinhos. Não entendi porque todo mundo falava com tanto entusiasmo. Ouvi até alguns múrmuros de que ela era sedutora só no olhar. Que a magia acontecia quando os olhos dela se encontrava com o de quem a olhava.

Eu fiquei muito intrigada.  Quando percebi, não sei por qual motivo, eu estava lá procurando a casa da bruxa sedutora, era assim que a imaginei. Uma bruxa de olhos verdes, bonita, bem bonita. Então encontrei uma casa estranha no fim da rua citada, era ela bem cuidada, o quintal não era muito grande, mas depois que atravessei o portão, vi uma porta aberta, tive a sensação de que alguém me observava, embora não tenha visto ninguém. Fui tomada por um medo que consumiu meus batimentos cardíacos, então tentei desistir e ao tentar virar o corpo para a saída, ela apareceu na porta e uma força maior me conduzia até ela.

Entrei, comecei a segui-la pela casa, na medida que ela caminhava, eu admirava a beleza e o aconchego daquele lugar. Meu olhar a seguia atentamente. Ela falava palavras desconexas que ao mesmo tempo fazia total sentido, que despertava em mim um sentimento perturbador. Eu só conseguia olha-la e admira-la, algo nela me causava um certo interesse. Era intrigante não saber qual o meu interesse, meus pensamentos eram mistérios, oníricos. Eu nada sabia, nada vivia, apenas seguia e ouvia o som libertador que me fazia suspirar.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

O peso da cor

Sinto na pele o peso da cor

senti até receio por tentar me expor

Meus lábios, meus olhos, gengiva,

são traços da cor,

Eu vejo a arrogância, atos e rancor

que refletem sempre como peso, como dor. 

O cabelo, motivo de comparações,

Criaram chapinha para seguirmos padrões 

Nariz, os lábios, tudo se resume na cor.

E ter que encarar julgamentos banais

E gritar  que meus traços são normais.

Criaram trejeitos, definindo como 

defeitos, nossos corpos, nossa cor.

Sim, a cor nos define, sim. Pelo que eu fui, 

pelo que eu sou e pelo que serei,  

eu mesmo me defino, nao tenho sangue de rei.

 Penteio meu cabelo, com garfo, para manter a coroa ancestral, porque na rua me jugam como marginal.

A cor da pele nunca foi defeito, nem um problema,

A cor da pele é um dilema da ignorância daqueles que sem amor,  ignoram os tons da nossa  cor.


Desamparo

Porque chegastes aflitas assim?

Corpo queimado, sem amparo te largaram

Embebedaram-te, desrespeitam-te.

Sem maturidade questionava-me:

Porque nada fiz, porque permiti

Ainda pergunto o que se passava

O que rituavam, porque o fogo? 

Porquê  a queimada? 

Cresci , e hoje me pergunto:

Porque te marcaram?

Não encontro respostas, ninguem me

 convence que era preciso ter pólvora?

Sera que queimava os pecados?

Ela serviu, marcaram a inocência daquela

senhora de trajetória amarga 

já marcada pelas cicratizes da vida.

E hoje me pergunto: 

Porque te marcaram?

Porque me conformei com o fogo

que usaram para te queimar, sacrificar e 

torturar?

Será que pensaram no peso da dor?

Te mandaram para casa, uma, duas ou mais

vezes para se recompor?

Porque te marcaram e nunca se queixou, apenas aceitou.



Preta sou

Esta pele preta, cinza ou marrom

Não, é preta mesmo, não venha tentar mudar 

a minha pigmentação 

Eu nasci assim, então não mascara a cor.

Sou preta, por que cansei de ser

Marrom, morena, mulata, neguinha, pretinha.

Não me venha com variedades

Sou preta e isso já basta e ponto final.

Esperança

Ando esperando na janela

Talvez um dia, quem sabe, eu avisto 

aquele amor que nunca chegou,

Ou o pescador que prometeu me 

trazer o melhor peixe, o mais bonito.

Talvez meus olhos encontre o pássaro 

amarelo que um dia cantou pra mim,

mas nunca mais voltou.


Ando esperando na janela um amor vazio

do qual não desejo, só pra dizer que chegou.

Talvez da janela, eu avisto os girassois 

desabrochando no inverno para colorir a meu céu de anil.


Na janela encontro meu fim arrebol, mas espero mesmo encontrar a menina que sonha acordada e  não cansa de esperar.



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Ando esperando na janela.

Talvez um dia, quem sabe, eu avisto 

aquele amor que nunca chegou,

Ou o pescador que prometeu me 

trazer o melhor peixe, o mais bonito.

Talvez meus olhos encontre o pássaro 

amarelo que um dia cantou pra mim,

mas nunca voltou.

Ando esperando na janela.

Talvez da janela, eu avisto  girassois 

desabrochando no inverno só para colorir o meu céu de anil.

Na janela encontro meu fim arrebol, mas espero mesmo encontrar a menina que sonha acordada e  não cansa de esperar.




O carnaval

A cidade inunda de seres esplêndidos,
Uma fada, uma bailarina, até Dionizio,
Um Pirata, um anjo, um duende.
Ou simplismentes seres com rostos brilhantes.
O Carnaval é a festa mais linda que 
Uma cidade pode ter.

É o momento único e mágico 
É o encontro de seres de todos os gêneros
É a vida pulsando alegria
É a festa comemorada por dia
É a simplicidade do brincar
Do viver e amar.

É o despertar para vida em dias difíceis 
O Carnaval é o alerta que grita
Por liberdade, por dignidade, 
É a brisa efêmera que vem soprar
abrindo caminhos para um ano que vai começar.



Fim

Meus instintos são puras sensações 

Selvagens em busca de veracidade

De quem está presa, prestes a correr

Para o abismo da liberdade

Quero cair para encontrar o despertar

algo novo, não importa a dimensão 

Ou estrago, apenas quero sentir

Sem pensar no que não virá depois.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Folhas secas


O desabrochar em mim, vem do ventre que anseia por paz, amor e liberdade.

Ventre que busca nas matas as folhas sagradas

para lembrar dos meus ancestrais

As folhas secas ressignificam o solo sagrado

Pisar nas folhas secas, são como passos

em busca daqueles que deixaram  o seu legado

para que outros pudessem ousar, curar e ser curado.


O amor é simples

O amor embora pareça complicado

É simples demais para explicar

Seria tão fácil apenas amar

Sem ter que cobrar ou esperar o melhor

do outro,

É simples amar quando você se ver 

disposto a amar, porque o amor não tem data 

de validade, não tem uma fórmula ou um manual

Amar é simplesmente amar e pronto.

Quem ama não cobra, não bate, não aprisiona,

não faz mal.

Amar é a maneira mais simples de fazer o bem,

Por isso, quando esse propósito é rompido

É simples deixar de amar

Pois o amor, é próprio.