sexta-feira, 15 de junho de 2018

RASCUNHOS




Sou personagem rascunhada num papel
Sou abusada, sem chances de reclamar
Minha casa, um tumulo, virou meu lugar
Sou Araceli, Fabiane ou Thainá

Boca tapada, cala boca. Vai chorar¿(pausa)
Então vou te matar.
Tantas mulheres já passaram em minhas mãos
Faça o que eu quero não importa a condição
Tem pouca idade, se é adulta e daí¿
Se me prender, se me matar... um novo surge ali

Olha moço, eu não quero te ofender,
Mas porque isso, eu só quero estudar,
Me deixa ir, eu tenho pressa,
Uma vida inteira pra sonhar
Porque será que faz do fraco uma força
Pra você¿
Ce ta doente, deixa eu ir, não vou gritar
Eu só não quero ser estatística
A minha mãe ta esperando o açúcar pra adoçar
Eu tenho prova na escola e minhas amigas pra brincar
O moço deixa eu ir, por favor...
Tenho uma vida pra sonhar.

quinta-feira, 22 de março de 2018

O NADA



Eu as vezes gosto de parar pra não fazer nada
Gosto de parar meu tempo presente
E dizer pra mente
não pensar em n-a-d-a

O "nada" embora pareça nada significar
pode ser um aliado pra alma, pro espirito,
pro instinto, essas coisas abstratas, sei lá
Sei que pra calmaria, pode até ajudar

Gosto de deitar em meu leito
Daquele jeito, só pra refrescar o meu peito
Olhar pro teto que não me traz afeto
E sentir o branco bem alvo que nada me diz

Ao invés  de dizer que quero fazer
Quero não dizer, pra não ter nenhuma obrigação
Nada posso fazer ou nada posso dizer
Porque o dito e o não feito, não valem nada

EU GOSTO DO NADA!

Eu as vezes gosto de parar pra não fazer nada
Mas também gosto de olhar
pro horizonte e não ver nada,
Gosto de ver um grande reflexo, do nada.