sábado, 17 de fevereiro de 2024

O peso da cor

Sinto na pele o peso da cor

senti até receio por tentar me expor

Meus lábios, meus olhos, gengiva,

são traços da cor,

Eu vejo a arrogância, atos e rancor

que refletem sempre como peso, como dor. 

O cabelo, motivo de comparações,

Criaram chapinha para seguirmos padrões 

Nariz, os lábios, tudo se resume na cor.

E ter que encarar julgamentos banais

E gritar  que meus traços são normais.

Criaram trejeitos, definindo como 

defeitos, nossos corpos, nossa cor.

Sim, a cor nos define, sim. Pelo que eu fui, 

pelo que eu sou e pelo que serei,  

eu mesmo me defino, nao tenho sangue de rei.

 Penteio meu cabelo, com garfo, para manter a coroa ancestral, porque na rua me jugam como marginal.

A cor da pele nunca foi defeito, nem um problema,

A cor da pele é um dilema da ignorância daqueles que sem amor,  ignoram os tons da nossa  cor.


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