Sinto na pele o peso da cor
senti até receio por tentar me expor
Meus lábios, meus olhos, gengiva,
são traços da cor,
Eu vejo a arrogância, atos e rancor
que refletem sempre como peso, como dor.
O cabelo, motivo de comparações,
Criaram chapinha para seguirmos padrões
Nariz, os lábios, tudo se resume na cor.
E ter que encarar julgamentos banais
E gritar que meus traços são normais.
Criaram trejeitos, definindo como
defeitos, nossos corpos, nossa cor.
Sim, a cor nos define, sim. Pelo que eu fui,
pelo que eu sou e pelo que serei,
eu mesmo me defino, nao tenho sangue de rei.
Penteio meu cabelo, com garfo, para manter a coroa ancestral, porque na rua me jugam como marginal.
A cor da pele nunca foi defeito, nem um problema,
A cor da pele é um dilema da ignorância daqueles que sem amor, ignoram os tons da nossa cor.
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