quinta-feira, 4 de junho de 2015

SURTO









                                                                             



Eu surtei!
Difícil admitir, mas... "eu surtei".
É irônico entender, mas depois de um certo tempo
concluí que surtar é preciso.

Eu? não quis acreditar e nem avaliar do que se tratava essa coisa
que acontece e te leva a um novo mundo, um novo caminho,
um novo destino... um novo, um renovo, sei lá.

Surtar não é simplesmente sair de si e fazer coisas inacreditáveis,
é permitir que o fenômeno aconteça, mas... sem reservas.
Posso dizer e explicar com propriedade o que significa surtar e
porque é que os surtantes muitas vezes não querem admitir.

Quem nunca surtou na vida? Ah! E que mal há nisso?
É irônico, mas, bom mesmo é a sensação de liberdade
e o desprendimento do mundo coletivo. É necessário surtar
de vez em quando para ensimesmar-se e viajar sem sair do lugar.

Fiz muitas coisas que no meu estado normal jamais faria,
além disso falei o que era necessário ser dito, vomitei os ácidos que faziam mal.

Ah eu surtei, surtei, surtei, surtei!
A frase causa desconforto? Não, não mais! Porque dentro deste surto
quebrei muros e correntes, e arranquei com dentes "todos" os meus tabus.


segunda-feira, 2 de março de 2015

VALSA DE UM SONHO





Ela cantava, cantava e cantava.
Seu canto quase não se ouvia, 
Seu canto era feito a de um pássaro, 
era apenas um pequeno grito, um gemido. Um sussurro.
Quase não se ouvia seu canto, quase não se ouvia seu grito,
quase não se ouvia o seu gemido ou o seu sussurro.

Ela dançava, dançava, girava, girava.
Sua dança era leve, solta, inocente
Era apenas pequenos passos,
como criança aprendendo a andar,
sua dança era tímida , quase não se percebia,
eram pequenos passos,  sem ritmo, sem final

Ela andava, andava, corria,  apressava.
Seu andar era desesperador, seus passos largos, seu ritmo afobado.
Ela corria...corria... fugia, corria
seu corpo cansava, sua pele suava,
corria, suava, cansava, fugia, mas não parava.

Ela voava, voava, pousava, voava, pousava.
Ela libertava-se, voava, voava,
libertava-se num voo eletrizante, alucinante...

Sua dança? acabara. Seu canto? parava. Seu corpo? cessava...
Ela sonhava, sonhava..sonhava...ela? Despertou.