quarta-feira, 10 de novembro de 2010

CEGUEIRA

Enquanto tu te escondes por ai, mundo afora, sonhando, pensando, vivendo sem viver de fato, o “belo” permanece lá, no mesmo lugar, aos olhos do ingrato, mas que para ser visto precisa ser esquadrinhado, não se trata apenas de um olhar efêmero, é preciso uma vida inteira para enxergar. Tu que desprezas constantemente com esse olhar, não olha, não vê, não enxerga. Ingênuo! Não se dedica a um olhar sensato, correto, exato de quem quer ver.  Muros altos estão diante deste olhar que se perde , se esconde onde não deve,  bebes de fontes erradas, desgraçada  cegueira  que o leva  a sujeira e não o deixa em paz.  Esses muros não consentem o encontro com o “belo”,  o singelo,  mas com o escuro,  o  abstruso que  o impede de olhar a diante e ver simplesmente o que necessitas.  Andaste por onde andas, vagando, perambulando, desencontrando-se.   Olhaste em outras direções, sem correções, vagões não o deixa ver, te conduz, te seduz a não ver a luz. Atos insensatos, inaptos, sem tato, fere a própria alma. Se acalma, se mostre, se proste ao invés de tentar subir de uma só vez os muitos degraus desta jornada.  Se encaixe, relaxe, por onde a vida quiser te levar, permita-se, dedique-se, saia de si, do seu “eu”, entre numa nova dimensão, sintonize na estação, encontre uma condição de uma só vez.  Maldita insensatez!   Sem que teus olhos vejam calam a tua voz, nega tua identidade, tiraram-lhe a vaidade, adormece lentamente, adoece tentando ver a diante. Tarde demais! Não há mais tempo, seus olhos já não mais te pertencem.

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