CEGUEIRA
Enquanto tu te escondes por ai, mundo afora, sonhando, pensando, vivendo sem viver de fato, o “belo” permanece lá, no mesmo lugar, aos olhos do ingrato, mas que para ser visto precisa ser esquadrinhado, não se trata apenas de um olhar efêmero, é preciso uma vida inteira para enxergar. Tu que desprezas constantemente com esse olhar, não olha, não vê, não enxerga. Ingênuo! Não se dedica a um olhar sensato, correto, exato de quem quer ver. Muros altos estão diante deste olhar que se perde , se esconde onde não deve, bebes de fontes erradas, desgraçada cegueira que o leva a sujeira e não o deixa em paz. Esses muros não consentem o encontro com o “belo”, o singelo, mas com o escuro, o abstruso que o impede de olhar a diante e ver simplesmente o que necessitas. Andaste por onde andas, vagando, perambulando, desencontrando-se. Olhaste em outras direções, sem correções, vagões não o deixa ver, te conduz, te seduz a não ver a luz. Atos insensatos, inaptos, sem tato, fere a própria alma. Se acalma, se mostre, se proste ao invés de tentar subir de uma só vez os muitos degraus desta jornada. Se encaixe, relaxe, por onde a vida quiser te levar, permita-se, dedique-se, saia de si, do seu “eu”, entre numa nova dimensão, sintonize na estação, encontre uma condição de uma só vez. Maldita insensatez! Sem que teus olhos vejam calam a tua voz, nega tua identidade, tiraram-lhe a vaidade, adormece lentamente, adoece tentando ver a diante. Tarde demais! Não há mais tempo, seus olhos já não mais te pertencem.
muito,muuuuuuuuito bom, gostei mesmo! Cegueta no último!!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir