Quando piso na lama, trago de volta a essência dos meus ancestrais,
E é bom lembrar que quando piso na lama é para moldar a vida,
Na lama descanso os meus pés calejados, trato minhas dores dessas andanças,
em busca do que é justo para o meu povo,
dessas andanças, trago coroas para os que merecem reinar,
Na lama, ouso lembrar das conquistas alcançadas e as perdas também.
Nas águas paradas formei meu mar
Meu mar tem gosto de barro e calma para velejar
Nele eu canto cantigas de lá e danço olhando o mundo que girar
Me criei no meu mar, ele é o meu lugar.
Ele abre os caminhos me conduzindo às florestas densas
que tornam mais leve o meu habitar
Lá ouço as vozes que gritam meu nome:
Nanã, oiá ela lá, vem se achegar,
Traga sabedoria e sua alegria,
Nanã, oiá ela lá.
Ela chegou, vem, vamos rezar!
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